Trazidas da África
Continente tradicional
Somos corpos e almas
Dotados de força ancestral
Somos filhos e filhas da diáspora
Ginga cantoria pirraça
Não há preconceito ou racismo que dê jeito
No nosso canto procissão cabaça.
São muitos afrossaberes
Marcadores de africanidade
Do passado presente futuro
Que aqui entoamos ancestralidade
Entra na roda minha gente
Com fé esperança caridade
E de sete em sete anos
Saudemos a circularidade
Desde criança
Ecoam as vozes
Dos nossos queridos avós
Eles são o nosso caminho
A Nossa herança cultural
Somos vidas afloradas
Nos campos cidades terreiros
De Afoxé e maracatu
Somos um povo festeiro
Comemos caruru vatapá canjica e pamonha
Usamos pra saúde o chá
Das folhas que têm a energia
Dos pretos que vieram pra cá
A espiritualidade nos faz suportar
Tantas vidas sofridas
Com bênçãos dos Inquices, Voduns e Orixás
Curamos nossas feridas
O Candomblé a Umbanda
Danças fé movimentos
A união filosófica
Do nosso pertencimento
Na juventude a encruzilhada
A luta contra o racismo
O movimento negro nos dava
A força para lutar
Na universidade buscamos
Lugar reconhecimento e saber
Pra melhorar nossa voz
Precisamos nos conhecer
Gingar estratégias ousadas
Fazer da África referencial
Ter a Pretagogia como guia
Do nosso quilombo ideal
Conquistar igualdade equidade
Descolonizar o saber
Fazer valer nossa História
Para o mundo nos reconhecer
Ser saber poder
Kimbundo fon yorubá
Línguas ancestrais
Que nos embalam num lugar
Esse é o sopapo poético
Potente resiliente insurgente
Que cochicha aos nossos ouvidos
A oralidade e o africanizar das mentes
Manu Kelé e Alan